Mais de 41 mil crianças foram registradas apenas com o nome da mãe no Amazonas em quase 5 anos

Neste Dia das Mães, um dado chama a atenção e revela a realidade de milhares de mulheres no Amazonas: o número de crianças registradas apenas com o nome da mãe na certidão de nascimento.


Desde 2020, mais de 41 mil recém-nascidos foram registrados dessa forma no estado. Os números fazem parte da plataforma Pais Ausentes, do Portal da Transparência do Registro Civil.


Dados ano a ano no Amazonas:


  • 2020: 6.258 registros apenas com o nome da mãe
  • 2021: 7.385
  • 2022: 8.450
  • 2023: 9.319
  • 2024: 7.440
  • 2025 (até maio): mais de 2.400 registros

Apesar de ainda altos, os números de 2024 representam uma queda de 20% em relação ao ano anterior.



“Por trás de cada registro feito apenas com o nome da mãe, possivelmente há uma mulher que assumiu sozinha a criação de uma criança. É uma realidade que precisa ser olhada com empatia e responsabilidade”, afirma David Gomes David, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Amazonas (Anoreg/AM).


Como funciona o reconhecimento de paternidade


  • Desde 2012, o reconhecimento de paternidade pode ser feito diretamente em cartório, sem necessidade de ação judicial — quando há acordo entre as partes.
  • Se o pai quiser reconhecer, basta ir ao cartório com a certidão de nascimento da criança e ter a anuência da mãe (caso o filho seja menor de idade).
  • Se o pai se recusar, a mãe pode informar o nome dele no cartório, que comunicará os órgãos responsáveis para iniciar o processo de investigação de paternidade.
  • Desde 2017, é possível também o reconhecimento de paternidade socioafetiva, com consentimento de todos os envolvidos e idade mínima de 12 anos para o filho.

Fonte: com informação da assessoria de imprensa