“De quantos ritmos é feita a floresta? Pra mais de 40”, garante o DJ, produtor e pesquisador musical Zek Picoteiro, criador do projeto Afluentes, que mergulha na diversidade musical da Amazônia a partir dos rios e dos povos que os habitam. O projeto foi lançado no dia 31 de março com o primeiro episódio do podcast, dedicado ao Beiradão — um dos sons mais populares do Amazonas.
Além do podcast, Afluentes reúne vídeos, artigos e um site interativo que apresenta um mapa da bacia hidrográfica amazônica com informações sobre ritmos, artistas e movimentos musicais da região. A iniciativa é do Instituto Regatão Amazônia, com apoio da Fundação Nacional das Artes (Funarte), Ministério da Cultura e Governo Federal, por meio do Programa Funarte Retomada.
Ao longo de seis episódios, Zek navega pelos rios Amazonas, Tapajós, Guamá e outros afluentes, visitando comunidades ribeirinhas para entender como a música é criada, vivida e espalhada na região. A proposta é revelar como os gêneros amazônicos se relacionam diretamente com o movimento das águas.
“Cada gênero musical é como se fosse um braço, um furo, uma fonte, um olho d’água, uma ilha… um afluente dessa enorme ‘bacia hidromusical’ que existe aqui na Amazônia. Para entender melhor essa relação, eu decidi navegar pelos nossos rios e encontrar pessoas que fazem a nossa música acontecer”, explica Zek.
O projeto é fruto de uma pesquisa que ele desenvolve desde 2015, reunindo arquivos digitais, vinis, mídias piratas e trocas com DJs da região.
“Desde que eu comecei a catalogar esses arquivos, fui percebendo a variedade de gêneros musicais originais da Amazônia. A indústria fonográfica brasileira nunca conseguiu absorver a nossa diversidade — quase sempre o que é produzido aqui entra na prateleira do ‘regional’. Agora, eu reuni tudo o que ouvi, li e vivenciei ao longo dessa jornada para compartilhar com vocês”, afirma.
Beiradão: música e vida ribeirinha
O primeiro episódio da série destaca o Beiradão, gênero que mistura lambada, forró, teclado, guitarra e saxofone. Mais do que um estilo musical, ele é uma expressão cultural que envolve festas ribeirinhas, culinária, religiosidade e tradição.
“É inegável que o Beiradão é um fenômeno cultural. Não é uma cultura sazonal — é o ano inteiro tocando essa música, que é uma mescla cultural muito grande. Não são só as bandas, os saxes, é também a culinária, a caldeirada de bodó, o jaraqui, o linguajar, o lado religioso, que são os festejos... tudo isso culmina na música. Uma cultura muito rica”, destaca Hadail Mesquita, um dos principais nomes do gênero e criador do canal Portal Beiradão, que reúne mais de 10 milhões de visualizações no YouTube.
Serviço
O episódio de estreia do podcast Afluentes, com o tema Beiradão, já está disponível em todas as plataformas digitais e no site do projeto: www.regatao.org/afluentes.
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