A história inicial do movimento gay em Manaus foi lançada na última sexta-feira, dia 16 de dezembro, no Salão Nobre do Palácio Rio Negro, a partir da ótica do estilista Bosco Fonseca, 70, que reuniu uma coletânea de relatos verídicos em seu primeiro livro denominado "Um Bar Chamado Patrícia". Os jornalistas Nívia Rodrigues e Carlysson Sena assinam a coordenação editorial e revisão, respectivamente, da publicação, em 104 páginas de histórias e fotografias das décadas de 60 à 90.
"O estilista Bosco Fonseca ladeado pelos jornalistas Nívia Rodrigues e Carlysson Sena"
A narração de Bosco Fonseca com relatos vivenciados pelo autor contém uma boa dose de humor, levanta questionamentos e reflexões sobre o tratamento dispensado aos homossexuais, como por exemplo, no auge da ditadura militar (1964-1985), em um cenário improvável para aquela época.
"Vivíamos o regime militar, que ditava regras. Então, aconteciam eventos camuflados, que contavam com um público bem representativo. Na época, não tínhamos as nomenclaturas atuais, como por exemplo, LGBTQIA+, que surgiu no decorrer das décadas seguintes. As denominações eram pejorativas. Num cenário improvável, ninguém poderia imaginar o outro lado da vida de rapazes que durante o dia eram bancários, comerciantes, médicos, advogados, juízes, políticos, dentre outros, e à noite se transformavam em homens mais versáteis", relata Fonseca, apimentando um pouco a história.
A jornalista Nívia Rodrigues, que assinou a coordenação editorial, descreve a sensação de ter participado de algo significativo para esse público e para história do Amazonas. "Ouvir os relatos de Bosco Fonseca trouxe uma sensação do quanto a sociedade precisa avançar no respeito à diversidade, seja de raça, cor, religião, sexualidade, etc. O livro promove uma reflexão sobre tudo isso e foi gratificante ter trabalhado e contribuído com essa obra".
Carlysson Sena, jornalista que fez a revisão final do projeto, reforça a avaliação da editora, afirmando que essa história precisava ser contada pela sua importância histórica e social para o país. "Percebemos de imediato os tempos difíceis em busca de liberdade de expressão no relato do Bosco. Posso afirmar que a partir dessa experiência editorial temos uma história amazonense de jovens desbravadores que enfrentaram o medo e o preconceito, ainda muito presentes na vida dos brasileiros. Isso tudo pelo direito de serem respeitados pelo o que são. Bosco viveu um movimento libertador, que deu vida ao novo com mais garra e força de vontade na luta pela igualdade".
Fonte: Por David Reis - O articulista é Turismólogo, Relações Públicas e Influencie
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