A Ilha de Marajó, cercada pelas águas do Oceano Atlântico e do Rio Amazonas, guarda um universo de lendas, tradições, costumes e iguarias próprios. Um desses tesouros é o queijo do Marajó, feito de leite de búfala e reconhecido por sua suavidade.
A equipe do Caminhos da Reportagem foi até essa região do Pará descobrir seus encantos, a forma de fazer o queijo e a história por trás do produto, que ganhou em 2021 o selo de Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Dois tipos de queijo são produzidos na ilha: o queijo manteiga e o creme. A principal diferença entre eles é o uso da manteiga de garrafa na receita. “queijo creme é menos gorduroso, tem uma cremosidade a mais”, afirma Eduardo Portal, gerente da Latícinios Portal, defendendo o produto que fabrica. Há pouco mais de um ano no mercado, a queijaria vende para municípios do Pará e de São Paulo. Eduardo conta que a certificação trouxe visibilidade e a conquista de novos mercados, para além de Soure, no Marajó: “É muito gratificante ver que um sonho está se tornando realidade”. A influência do selo nas vendas está também ligada à originalidade do queijo. Rubens Magno, superintendente do Sebrae no Pará, explica que a IG chancela que, em apenas uma região, pode-se fazer o produto de uma determinada maneira: “É um reconhecimento que confirma a ancestralidade”, sublinha.
Prudêncio Paixão, proprietário da Queijaria do Prudêncio, produz o queijo manteiga há 25 anos, da forma como aprendeu com seus antepassados. “Meu dia começa às três da manhã trabalhando já na queijaria. Por volta de seis e meia, a gente vai ao curral coletar o leite e, às sete horas, eu já estou com a primeira fornada de queijo no fogo”, conta. Com o queijo do Marajó, o empreendedor Francisco Moya faz um pão de queijo metade mineiro, metade marajoara; a chef Jerônima Barbosa cozinha no restaurante Bacuri o filé marajoara e outros pratos típicos da gastronomia local; e Joniel Nascimento ganhou as redes com seu sorvete Ice Buffalo, que tem o búfalo Alemão como garoto-propaganda e apreciador.
Símbolo
No maior arquipélago fluviomarinho do mundo, os búfalos se tornaram um símbolo e uma grande atração da ilha. O rebanho supera o de bois e o número de cabeças corresponde a 38% do total nacional, segundo o IBGE. Eles estão nas fazendas, nas ruas, na montaria da polícia marajoara, no artesanato e em passeios turísticos. Na Fazenda São Jerônimo, que conta com 400 hectares e diferentes biomas, um dos passeios mais concorridos leva os turistas a nadarem com o animal. “Queria mostrar um pouquinho do Marajó. Como? Igarapés, praias, mangue e campina”, conta Raimundo Brito, proprietário da fazenda.
Os búfalos foram introduzidos no Marajó no fim do século XIX e se adaptaram ao clima quente e úmido da região. Hoje, movimentam a economia da ilha e, para Tonga Gouvêa, agrônomo e produtor de queijo, tiveram a capacidade de fixar o homem ao campo. “Ele tem a qualidade de produzir proteína barata e de adaptação; é uma espécie espetacular”, acredita. Ao lado da filha Gabriela Gouvêa, presidente da Associação de Produtores de Leite e Queijo do Marajó, ele administra a Fazenda Mironga, onde os turistas experimentam a chamada “vivência”, em que conhecem a história da família, dos búfalos, dos queijos e experimentam o que a fazenda produz. “O Marajó vai além do território. O Marajó é sentimento. Você precisa se permitir viver ouvindo os sons que nós temos aqui, sentindo o búfalo, comendo as coisas do búfalo. Não tem como eu dizer o que é isso aqui, a não ser que você venha viver”, diz Gabriela.
proposta treinamento evento estratégia manaus icaro gaspar idaam prova manaus colégio militar amazonas oportunidade concurso manaus academia de belas artes estudante rio grande do sul amazonas manaus amazonas festival literario de manaus luso sporting clube flim manaus cultura opera nas escolas amazonas festival amazonas de opera edital amazônia golf resort manaus amazonas leilão manaus estudo alunos idaam educação enem caça aos doces dia das bruxas amazonas manaus halloween dj raidi rebello show flashback millenium shopping manaus amazonas Voo Livre programação manaus História amazonas