A Amazônia brasileira vive uma guerra silenciosa. Enquanto o país debate transição energética e bioeconomia, o tráfico de drogas se apropria das mesmas hidrovias que deveriam impulsionar o desenvolvimento sustentável. Pelos portos de Manaus, Belém e Santarém — onde deveriam circular riquezas verdes — escoa parte da cocaína produzida na Colômbia e no Peru rumo ao Sudeste e à Europa. Europa. São os mesmos rios que alimentam a floresta, agora convertidos em rios de pó.
A geografia explica parte do desafio. O Amazonas possui mais de 3 mil quilômetros de fronteira internacional e uma malha de 3.171 quilômetros de rios navegáveis. Por essas águas entram as principais rotas do narcotráfico, Japurá, Içá, Solimões, Javari, Purus e Negro, conectando laboratórios clandestinos colombianos aos entrepostos de Tefé e Coari. O Comando Vermelho domina o território e e mantém alianças com facções transnacionais como as FARC e os Grupos Armados Organizados, controlando o escoamento da droga até os portos do Pará.
De lá, parte da carga segue camuflada em exportações agrícolas — como na apreensão de 2,7 toneladas de cocaína em sacas de
farelo de soja destinadas a Portugal. Essas facções não apenas movimentam — elas controlam territórios. Garimpo, pesca e madeira ilegais, biopirataria e tráfico de pessoas formam um ecossistema criminoso que se alimenta da ausência do Estado e da vulnerabilidade
social.
Em áreas do Médio Solimões, surgiram os “ratos d’água”: grupos que roubam cargas de narcotraficantes e revendem o produto em comunidades isoladas, perpetuando a dependência e a violência. É um ciclo perverso que transforma a floresta em campo de batalha e aprisiona populações ribeirinhas sob o domínio do crime.
Nos últimos anos, o Amazonas tem reagido. As Bases Fluviais Arpão I e II, instaladas nos rios Solimões e Negro, reduziram o fluxo de drogas e deslocaram o mapa do tráfico. A iniciativa inspirou o projeto Cinturão Verde, que prevê a criação de Centros de Monitoramento Fluviais e Terrestres (CMVs) equipados com drones, sensores e lanchas blindadas, articulando forças estaduais, federais e ambientais.
O esforço ainda não foi o suficiente. A velocidade da criminalidade — apoiada em tecnologia, corrupção e alianças transnacionais, a velocidade — ainda supera a capacidade de resposta do Estado. O programa federal AMAS – Amazônia Segurança e Soberania e o Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) em Manaus representam avanços, mas a guerra nas águas exige algo maior: coordenação diplomática e ação econômica. Combater o tráfico sem atingir o eixo financeiro do crime é enxugar gelo. A mesma rede que movimenta cocaína financia garimpo ilegal, contrabando de minérios e grilagem de terras, de terras, corroendo a economia da floresta e o controle do território.
Os rios da Amazônia são o espelho de um paradoxo brasileiro: onde deveria correr energia e prosperidade, corre o pó. Romper esse ciclo é proteger a soberania. Significa transformar hidrovias do crime em hidrovias do futuro, onde circulam potássio, energia limpa e produtos sustentáveis — não drogas.
A Amazônia não é o problema: é a fronteira decisiva para o Brasil provar que desenvolvimento e segurança podem, enfim, navegar na mesma direção.
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